Vitor Massao e Rangel Mohedano

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Sustentabilidade: controle social gerando desafios e oportunidades



A internet, o marketing e todos os outros sistemas de comunicação e informação estão gerando um mundo de oportunidades e desafios para as empresas e governos. Acabou-se o tempo em que a empresa tinha praticamente todo o controle sobre sua marca e sua reputação. O que existe hoje é uma permanente construção coletiva, mediada pelo fenômeno das mídias sociais.
Com isso, as empresas, especialmente, estão frente a um paradoxo desafiador: por um lado são pressionadas pelo mercado e pela sociedade a adotar políticas e práticas de sustentabilidade que sejam efetivas e concretas. Por outro, ao se comprometerem publicamente, aumentam seu grau de exposição ao controle social, onde as pessoas usam o poder inédito de instantaneidade e capilaridade oferecido da internet para fazer valer seus pontos de vista sobre a atuação das organizações.
A alternativa de não fazer nada, de ficar quieto, existe, é claro. Mas não é realmente factível, especialmente para as empresas atuando em mercados competitivos e/ou cujo porte e modelo de operações afetam a vida de muitas pessoas ou mobilizam cadeia de valores complexas. Se o seu competidor, por exemplo, tem política e práticas de sustentabilidade e as anuncia como diferencial de negócio é quase certo que o mercado como um todo, e seus consumidores diretos e indiretos, cobrarão uma ação imediata sua.
E é aqui que o controle social entra forte, turbinado pela chamada Geração Y, que valoriza a coerência e a inovação e cobra com bastante rigor a falta de nexo entre o discurso e a prática, entre o que se diz que faz e o que se faz de verdade.
Ou seja, quando falamos de sustentabilidade, “fazer” não é suficiente, “falar” não é o bastante. É preciso:
  • fazer bem o que se diz que faz;
  • comunicar isso de maneira eficiente e inteligente;
  • escutar o que o mercado e os consumidores respondem;
  • gerar aprendizagem útil para reforçar e/ou modificar o que for necessário.


No fundo, isto significa estar preparado para a reação do mercado e da sociedade com respeito a suas ações, ou até mesmo a sua falta de ações. Passa a ser vital para a perenidade do negócio desenvolver um pensamento estratégico alinhado a um plano de ação e uma estratégia de comunicação global voltada para escutar, aprender e envolver, mais do que simplesmente enunciar.
E o mais importante ainda: deve-se estar preparado para escutar de verdade o que seus diversos públicos de interesse têm a dizer e transformar esta informação em conhecimento estratégico e em aprendizagem real.

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